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Planetas na Cabeça

  • Foto do escritor: Manuela Torres
    Manuela Torres
  • 4 de jan. de 2019
  • 2 min de leitura


Simbiose.


Na biologia significa a interação de duas espécies que convivem. Na sociologia, trata-se da interação de duas pessoas, afinal, não é cada pessoa feita de sua própria espécie? A espécie dos fortes e dos fracos, dos durões e dos sensíveis, dos ricos e pobres, dos feios e bonitos. Cada mente é tão espetacularmente distinta que parece vir de seu planeta particular. Temos planetas particulares na cabeça. Frios e quentes, solitários e habitados, simples e complexos. Somos os humanos-planetas-na-cabeça. E nós vivemos em simbiose.


Todo esse pretexto é para falar da solidão. Nada assusta tanto os velhos quanto uma casa vazia; ou entristece tanto as crianças como a falta de atenção; nada abala tanto a todos quanto a rejeição. Já ouvi histórias sobre amor próprio e uma vida a dois com si mesmo. Já ouvi dizer que alguns sentem prazer na reclusão e outros perdem o fôlego em multidões. Já ouvi dizer que festas aborrecem. Mas não presenciei história real de verdadeira felicidade onde não há propósito, seja este amor, ternura ou paixão. Seja em algo ou alguém. Soube que em seu lugar há um vazio, como uma caixa sem utilidade.


É daí que vem a simbiose, esse compartilhamento de medos e desejos estampados em olhares, sem discrição. Deleita-se sobre o mundo um óbvio tão escancarado, um grito nos silêncios de cálcio dos sorrisos, um mantra no eixo da Terra que gira numa valsa ritmada. Somos tão diferentes na solidão de nossas próprias cabeças, na reclusão de nossos planetas. E somos todos assim, por isso iguais, por isso humanos. A humanidade trata-se da frequência. Frequência dos olhares. Frequência com que a Terra gira. Frequência com que vamos aos templos e campos. Frequência com sentimos amor. Esse amar e ser amado, essa frequência com que o peito é aquecido, é isso que interessa para nós. Seja personificado ou direcionado, o amor precisa entrar e sair por um cano, feito uma artéria que bombeia a vida.


Somos humanos-planetas-na-cabeça dividindo um horizonte em linha, na linha do horizonte de um planeta atmosférico.

1 Comment


Mercedes Paino
Mercedes Paino
Jan 11, 2019

Nossa, que lindo! Amei... Sao tantas linhas que nos separam e tanta imensidão que nos unem!!!

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