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Relato de Viagem Juvenil

  • Foto do escritor: Manuela Torres
    Manuela Torres
  • 28 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

Natal

27 de novembro de 2018


Aprendi com Hollywood, com Odisseu e com alguns romances dos tempos de império que é importante fazer relatos de viagens. A história deve ser bem contada, seja ela ficção ou realidade.


Desde que saí de casa e me deparei com a vastidão do mundo, percebi que o que me atrai são imensidões. A imensidão do universo em algumas linhas, a imensidão das pessoas em alguns gestos, a imensidão das escolhas. É imenso demais partir e é avassalador sonhar. Mas o divertido é que você sempre ouve boatos sobre a vida de outros viajantes e sobre as ideias de outros sonhadores. Você sempre se depara com essa gente no caminho.


Quando eu caminhei, naveguei e voei, eu cheguei no Nordeste. Os camarões do mar, as carnes de sol e o forró pé de serra uniram-se em uma magia de repente, para me atrair até aqui. É provável que soubessem que eu precisava de uma universidade para chamar de minha, um lugar para eu crescer só, igual passarinho longe do ninho, onde a solidão não fosse mais imensa que o calor do Sol. Foi por isso que a caravela nova e forte do meu peito atrelou em Natal nesse fevereiro, e estive por aqui desde então. Sem certeza alguma do correto, com gigantescos receios e com uma imensa vontade de desbravar o mundo. Lembro que deu tudo errado, que os ventos mudaram de direção, mas o importante é que agora estou em terra firme e que tudo é novo para mim.


A estrada é nova, as pessoas são novas, a saudade avassaladora é nova, os estudos são novos, mas o desejo é o mesmo. A chama antiga que me moveu até aqui e que me move todos os dias permanece viva em cor de abóbora. Na verdade, acho que esse meu coração é mesmo um bobo sem jeito, que se põe em perigo atoa, faz apostas com tamanhas chances de errar... que tem tão pouco medo do desconhecido. O que me consola é saber, que esse coração bobo e corajoso, atirado e curioso, tem tudo o que eu preciso para chegar lá, em Jericoacoara e em Istambul, na Favela da Rocinha ou em Sharm el-Sheikh. Nos livros, nos portais, no jornal envelhecido da segunda e nos programas de auditório... basta uma câmera na mão, um lápis atrás da orelha e uma ideia na cabeça, para esse coração, que é caravela, aportar em todo lugar, feito o maior desbravador que qualquer relato de viagem juvenil jamais viu.


-De uma imensa estudante de jornalismo

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